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Simão Jatene participa do encerramento da Caravana Oftalmológica no Marajó

O governador Simão Jatene e o protético Luís Alves, que recuperou a visão após ser operado por médicos da Caravana.

(Agência Pará de Notícias)

O governador Simão Jatene esteve nesta quinta-feira (06) no município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó, no último dia da Caravana Oftalmológica do Pro Paz, que durante dois dias realizou um mutirão de cirurgias e consultas. Acompanhado pelo secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, pelo deputado estadual José Megale, e por prefeitos da região, o governador conheceu as instalações da Caravana, que começou o trabalho por Melgaço, no último dia 20 de maio, e percorreu seis municípios do arquipélago, incluindo Salvaterra, última para nesta etapa do projeto.

Simão Jatene conversou com pessoas beneficiadas pela ação e agradeceu o empenho de todos os profissionais envolvidos no trabalho. “Só quem passou por isso, como eu, que tenho mais de 60 anos e já precisei fazer cirurgia de catarata, sabe como é maravilhoso poder voltar a enxergar bem. Mais do que permitir que a pessoa beneficiada retome a capacidade de ver, beneficia a organização familiar. Eu sempre digo que me criei no interior, e lá observei muitas coisas, como o fato de que, em muitas famílias, a pessoa idosa tem um papel fundamental, que é o de tomar conta das crianças enquanto os pais saem para trabalhar. E na hora em que essa pessoa perde a visão, ela não só deixa de exercer essa função na unidade familiar, como passa também a demandar cuidados especiais, o que provoca um grande transtorno para toda a família”, frisou o governador, recebido com fogos de artifício na cidade, no final da manhã desta quinta-feira.

Durante a visita aos espaços de consulta e cirurgia, Simão Jatene destacou os problemas que envolvem a oferta de saúde pública de qualidade para todo o território paraense. “O ideal seria que pudéssemos ter esses serviços de forma permanente em todos os municípios do Estado. Mas como, infelizmente, não temos essa chance, não podemos ficar parados e perplexos diante do quadro. Assim, projetos como esse mostram que o governo, ao mesmo tempo em que constrói um hospital de média e alta complexidade em Itaituba (na região oeste) e reforma a Santa Casa de Misericórdia, em Belém, também pode responder de forma mais rápida a algumas demandas específicas em todas as regiões do Estado. E me sinto muito feliz e emocionado em poder contribuir para isso”, declarou Jatene.

Oportunidade - A história do protético Luís Alves, 77 anos, morador da localidade de Passagem Grande, em Salvaterra, exemplifica a observação do governador. Segundo a filha de Luís, a professora Telma Bastos, 53 anos, desde que começou a perder a visão, em função primeiro de um glaucoma, e depois de uma catarata, o pai se tornou uma pessoa tristonha e retraída. “Ele, que sempre foi um homem muito ativo e brincalhão, passou a ficar mais acanhado. Foi perdendo a visão aos poucos, até chegar a perder totalmente um dos lados da vista, por causa de um glaucoma que não foi precocemente tratado. A situação poderia até ficar pior, porque ele também desenvolveu uma catarata, mas, graças a essa oportunidade, isso não vai mais acontecer. Esperamos melhorar um pouco mais a qualidade de vida dele depois desta cirurgia”, disse Telma. 

Para ela, ações como essa, em que o governo do Estado leva serviços tão importantes para a população mais carente do interior, são fundamentais para garantir qualidade de vida. “Aqui no Marajó observamos que muitas famílias não têm renda para viajar até Belém e buscar o tratamento. Vi muitas pessoas que passaram a vida inteira para poder voltar a enxergar, e só com esta ação tiveram a oportunidade”, contou a professora.

Esse é o caso da cantora gospel Sheila Santos, 57 anos. Incomodada com os problemas de visão que tem desde os 18 anos, ela foi uma das pacientes mais ansiosas na fila de espera para a cirurgia de correção da catarata. “Eu nunca tive condições de fazer nada em relação a esse problema, por isso ele veio se agravando com o tempo. Mas, agora, tudo o que mais quero é poder me livrar dos óculos que carrego desde os 18 anos”, disse a cantora, que fez questão de cumprimentar Simão Jatene. 

Muitos jovens também passaram por exames, como a menina Laíse Pacheco de Vasconcelos, 11 anos, levada pela tia, Ana Cíntia dos Santos, para uma consulta. Ana contou que, no ano passado, Laíse machucou o olho esquerdo quando brincava com amigos. “Depois desse acidente, ela chegou a ser atendida em Belém. O médico informou que talvez ela tivesse catarata ainda jovem”, explicou. 

Na consulta, Laíse soube que não tem nenhuma sequela no olho. “É muito bom saber que ela não vai passar por cirurgia e nem vai precisar usar óculos, pois está enxergando muito bem. Uma ação como essa é muito importante para nós, aqui de Salvaterra, pois podemos conseguir atendimento e tirar as nossas dúvidas sem precisar gastar dinheiro para ir a Belém”, disse Ana Cíntia

Superação - De acordo com Cláudia Vinagre, da equipe Pro Paz, até quarta-feira (5) a Caravana Oftalmológica já havia realizado mais de 6 mil consultas e 1.800 cirurgias, nos seis municípios pelos quais havia passado, incluindo Salvaterra.

No primeiro dia de trabalho em Salvaterra foram feitas mais de 280 cirurgias e 900 consultas. Para ser atendido, o paciente precisava apenas ir ao local da Caravana portando o seu cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). “Caso ele não tivesse o cartão, nós faríamos na hora”, informou Cláudia Vinagre. Segundo ela, o alcance da Caravana superou todas as expectativas da organização. “Podemos dizer que os números superaram em 35% toda a nossa expectativa”, afirmou, acrescentando que uma grande parcela de toda essa demanda pode ser explicada pelo fato de que a cirurgia oftalmológica é considerada um procedimento de média complexidade, que a maioria dos municípios não tem condições de atender. “Com esse trabalho, nós também queremos mostrar que, embora a logística seja complicada, não é impossível de realizar”, frisou. 

Para o secretário Helio Franco, o trabalho da Caravana complementa as ações do programa Presença Viva do Pro Paz, que levava atendimento de atenção básica aos mais distantes municípios do Estado. “Agora, estamos levando também a média complexidade para os municípios, e resolvendo os casos no próprio local. No Marajó, por exemplo, estivemos com a Oftalmologia. Foram várias as patologias identificadas e resolvidas no momento com a cirurgia. Para se ter ideia, dentro desse projeto, em menos de cinco minutos é realizada a cirurgia de catarata. Então, como ainda não temos capacidade financeira de instalar em todos os municípios um atendimento para esse tipo de problema, estamos realizando estas campanhas. Fizemos no Marajó e depois vamos fazer em outros municípios, preferencialmente nos mais distantes e com maior dificuldade de acesso”, informou. Uma grande estrutura foi montada, com duas carretas, uma para o funcionamento dos consultórios, e outra para o centro cirúrgico, que dispõe de equipamentos de última geração.

O prefeito de Soure, João Luiz Melo, que também acompanhou a visita do governador Simão Jatene a Salvaterra, já está ansioso pela volta da Caravana ao seu município. “O que aconteceu nestes dias aqui no Marajó foi de grande importância, pois as nossas estatísticas mostram que pelo menos 15% da nossa população sofrem com algum problema de visão, em função do sol forte e da não adoção de medidas preventivas, como o uso de lentes solares. Mas ainda temos muitos problemas. Por isso, desejamos outras caravanas, que também atendam outras especialidades”, disse o prefeito.

Os 1.801 atendimentos realizados pela Caravana em Salvaterra, na Praça Magalhães Barata, incluíram consultas oftalmológicas e cirurgias para correção de problemas como catarata e pterígio (conhecida popularmente como carne crescida). A Caravana passou pelos municípios de Melgaço, Curralinho, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari, Soure e Salvaterra, no período de 20 de maio a 06 de junho. (Com informações da Ascom/Pro Paz)

Texto:
Elck Oliveira - Secom