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Banco de Leite da Santa Casa salva vidas com doações recebidas

A dona de casa Rosicley dos Santos, 27 anos, um exemplo de solidariedade. Ela começou a doar leite na primeira gestação e não parou mais.

(Agência Pará de Notícias)

Mãe de duas meninas pequenas – uma com 6 anos e outra com apenas 2 meses de idade –, a dona de casa Rosicley dos Santos, 27, é um bom exemplo de alguém que sabe ser generoso, mesmo sem ter muito para oferecer. Moradora de uma casa humilde, no bairro do Guamá, em Belém, ela é uma das mulheres que doam leite materno para o Banco de Leite Humano da Santa Casa e ajudam, assim, a alimentar dezenas e, às vezes, centenas de bebês recém-nascidos que, pelos mais diferentes motivos, não podem receber o alimento vital diretamente dos seios das mães.

Rosicley conta que, logo depois de se tornar mãe pela primeira vez, há seis anos, e percebendo a grande quantidade de leite que produzia – muito maior do que o necessário para alimentar seu bebê –, ela conheceu, por meio de uma agente de saúde do bairro, o projeto do Banco de Leite Humano da Santa Casa. Estava ali a oportunidade que procurava para poder fazer o bem ao próximo. Rosicley se tornou uma doadora de leite materno.

Mais tarde, anos depois, ao dar à luz a segunda filha, ela imediatamente resolveu se tornar doadora novamente, pois percebeu que, mais uma vez, a quantidade de leite produzido é muito maior do que a pequena Rafaela precisa para se alimentar. Além disso, nessa ocasião, por ter dado à luz na Santa Casa, entrou em contato com o drama de centenas de mães e dos filhos que sofrem com a falta de leite materno.

“Se a gente não pode ajudar com muito, então ajuda com o que tem. Minha mãe também doa os vidros para a coleta do leite, e eu, além de doar o leite, também sou doadora de sangue para o Hemopa”, orgulha-se a dona de casa, que chega a armazenar oito vidros (de cerca de 400 ml) com leite por semana. “Realmente é muito leite. Às vezes, até deixo de tirar por falta de recipiente, porque encho todos”, completa.

Ajuda – A disposição e a generosidade de mulheres como Rosicley são fundamentais para manter vivo o projeto. Segundo conta a nutricionista Vanda Marvão, da equipe do Banco de Leite da Santa Casa, todo o material coletado passa por um rigoroso controle de qualidade até chegar aos bebês internados na maternidade ou nas unidades especiais, as chamadas UTIs ou UCIs neonatais. “A maioria é bebês de alto risco, prematuros e de baixo peso, daí a necessidade de todos esses cuidados”, explica.

Segundo Vanda, hoje, cerca de 160 bebês estão internados na Santa Casa e, portanto, precisam do leite que provém das doações. “Eles precisam das doações primeiro porque são muito pequenos e não têm condições de sugar o seio materno e, por outro lado, muitas dessas mães não conseguem produzir esse leite em função de fatores como estresse e ansiedade. Não podemos esquecer que a Santa Casa atende a muitas mães de risco, com problemas de saúde, o que, às vezes, também contribui para a dificuldade na produção do leite”, observa.

Aquelas que conseguem produzir o leite são estimuladas a retirar o material dentro da própria Santa Casa e, caso tenham excedente, também contribuem para os bebês das outras mulheres. São as chamadas doadoras internas. A grande maioria – as que mantêm vivo o Banco de Leite –, porém, são as doadoras externas. Gente como Rosicley, que, mesmo sem ter o seu bebê internado, faz questão de contribuir com a alimentação das crianças que ainda precisam de cuidados dentro do hospital.

“Para se ter ideia, em abril, registramos 257 litros de leite de doadoras de fora e 30 litros de doadoras internas da Santa Casa”, calcula Vanda, esclarecendo que o projeto também faz o acompanhamento clínico das doadoras e da evolução dos bebês. “As mulheres só podem doar o leite que está excedendo, ou seja, aquele que sobra quando ela percebe que o seu bebê já está satisfeito”, alerta.

Coleta – Para se tornar uma doadora, a mulher só precisa entrar em contato com o Banco de Leite da Santa Casa, fazer um pré-cadastro e começar a armazenar o material, em recipientes de vidro (preferencialmente de maionese ou café solúvel), com tampas de enroscar, de plástico, e devidamente higienizados. Todas as orientações são fornecidas pela equipe do Banco de Leite assim que a mulher entra em contato com o projeto por telefone.

Depois que ela entra no programa, passa a receber o kit de doadora – que contém os vasilhames enviados pela Santa Casa – na própria casa. É aí que entra o trabalho de um dos parceiros fundamentais do Banco de Leite, o projeto Bombeiros da Vida, do Corpo de Bombeiros. São eles os responsáveis por buscar e transportar o leite da casa da doadora para o hospital, onde, depois de passar por todo o processo de qualidade, o alimento segue para os bebês. “Somente em abril, os bombeiros fizeram mais de 1,4 mil visitas às casas das doadoras”, cita Vanda Marvão.

Apesar de todo esse esforço, o Banco de Leite Humano da Santa Casa lida com grande déficit entre a oferta e a demanda pelo leite materno. Por isso, a importância de que cada vez mais mulheres participem das campanhas e se tornem doadoras. Para isso acontecer, basta entrar em contato com o projeto e se informar sobre como participar, pelos telefones (91) 4009-2311 (que funciona 24 horas por dia) e 0800-7272057.

Nestes números de telefone também é possível se informar sobre a doação dos vasilhames de vidro que servem para a coleta do leite materno. Nesse caso, além da própria Santa Casa, também será possível doar, no mês de junho, nos polos do Pro Paz, seguindo o calendário a seguir:

Dia 5/6 – Polo UFPA (avenida Tucunduba, s/n, ao lado da delegacia);

Dia 12/6 – Polo Ufra (avenida Presidente Tancredo Neves, 2.501, Perimetral);

Dia 19/6 – Polo Mangueirão (rodovia Augusto Montenegro, KM 3);

Dia 26/6 – Polo Iesp (BR-316, KM 13, s/n, Marituba). 

Texto:
Elck Oliveira - Secom